Sexta-feira, 1 de Junho de 2007

Copo Meio Vazio

Mais uma vez o Reticências participou no Projecto PANOS da Culturgest. Pleo 2º ano consecutivo. Desta vez com Copo Meio Vazio de Alexandre Andrade.

 

Em Copo Meio Vazio, de Alexandre Andrade, Tiago é um rapaz de 17 anos que vai a uma entrevista de emprego que não é uma entrevista de emprego: pedem-lhe apenas que seja “ele mesmo”, e os problemas começam quando cada gesto passa a ser interrogado, e mesmo o questionamento e a revolta parecem fazer parte de uma qualquer essência da juventude destilada nos livros do misterioso Sr. Madureira. 

 

 

 

Copo Meio Vazio, pelo Teatro Reticências. Um texto de Alexandre Andrade com encenação de Rui Mário.

 

“Copo meio vazio ou meio cheio? Os dois certos ou os dois autênticos?”
“Vivemos meio cheios, no meio vazio! No meio de tudo isto, o que é ser natural?”
“Já que vivemos à metade, porque não vivermos meio cheios?”
“Copo meio vazio, copo meio cheio, eu?! O que eu tenho é sede!! Sede de teatro, sede de dançar, sede de viver!!”
“Um copo meio vazio… São servidos?”
“Porque tudo depende da perspectiva…”
“Um copo. Meio vazio? Meio cheio? Tanto faz. Tudo depende de como encaramos as coisas: pelo lado negativo ou pelo lado positivo.”
“A vida é feita destes pequenos nadas.”
“Realmente o copo está meio vazio… Se o encherem há-de ficar realmente cheio. No entanto, a tendência geral é a de esvaziar cada vez mais.”
“Importante é haver um copo cheio de emoções que nos proporcione este Copo Meio Vazio”
"Não intressa se está meio vazio desde que o meio cheio esteja cheio de emoções.”
“Quando vires um copo meio vazio não te preocupes em enchê-lo, poruqe sabemos que nada na vida é completo. Apenas é completo o sentimento que nos faz querer que a vida e tudo que nos rodeia sejam completos.”
“Um copo… será que está cheio ou vazio? Nenhuma. E um copo meio vazio.”
“Foi entornado ou você que bebeu? Seja como for, só não o entorne”“Meio cheio, meio vazio, vai gostar de dizer que já o viu!”
“A partir do momento que pensas em ser natural, és tudos menos natural...”
“-Quem encheu este copo? Está um copo meio cheio!
-Não! Está um copo meio vazio que me dá muito jeito agora”
“Copo meio vazio… Copo meio cheio… A vida é cheia de meios copos”
“O quotidiano do adolescente, de repente, não é assim tão normal”
“Copo meio vazio? Prefiro meio cheio. Porquê? Não sei, mas gosto mais do som”
“Copo meio vazio, mas cheio um copo cheio de acontecimentos.”
“Será a rotina uma normalidade? Ou será ela fruto de um estereotipo da nossa mocidade?”
 
Ficha Técnica
Produção Executiva Fátima Monteiro | Lurdes Gonçalves
Montagem de Luz e Som Gonçalo Africano (direcção) | João | Jorge Alves | Manuel Alves | Marco | Tiago Pereira
Luminotecnia Tiago Pereira
Sonoplastia Fábio Ventura | Rui Mário
 
Ficha Artística
Texto Alexandre Andrade
Encenação Rui Mário
Cenografia Rui Mário
Figurinos Teatro Reticências
Desenho de Luz Rui Mário
Actores Ana Raquel | Ana Rita Gonçalves | Ana Riita Neves | Ana Trindade | Carolina Sales | Catarina Salgueiro | Catarina Trindade | Daniela Caldeira | David Severino | Eliana Martins | Elísio Manuel | Fábio Ventura | Helda Tavares | Inês Amaro | Marco Silvestre | Mizé | Nídia | Nelson Correia | Nuno Oliveira | Nuno Pinheiro | Olavo | Paulo Zhan | Pedro Manaças | Raquel Barata | Solange
Agradecimentos Centro Paroquial de Rio de Mouro |  Conselho Executivo Escola Secundária de Leal da Câmara | Junta de Freguesia de Rio de Mouro | Teatro Tapafuros
 

 


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Segunda-feira, 21 de Agosto de 2006

No País dos Chapéus

 

 

«Era uma vez, duas ou três, um rei que usava sempre um chapéu... Sempre, sempre, sempre... Dormia com o chapéu e com ele ressonava. Acordava com o chapéu e com ele tomava banho. Ia para a praia com o chapéu e com ele fazia surf... Enfim não era de se lhe tirar o chapéu! É que ele zangava-se!

E como isto de ser Rei é coisa complicada, toca de dizer aos seus súbditos que todos tinham de usar chapéu! Até os bebés já nasciam de chapéu!... No país dos chapéus, chapéus há muitos... Só que um dia... tudo iria mudar... E uma revolução se iria dar. Chapéus ao ar, chapéus ao ar!

Estória bem contada, como outras já se contaram. Umas foram com cravos, esta é com chapéus... Quem nota a diferença?

O que importa é não esquecer, a estória que se vai dizer! No fim, passamos o chapéu, pra ver se não há carecas ao léu...»
 

 

No País dos Chapéus, pelo Teatro Reticências.

 

**Ficha Técnica**

MONTAGEM: Fátima Monteiro, Lurdes Gonçalves, Manuel Alves, Rafael Figueiredo. Rui Mário

MONTAGEM DE LUZ E SOM: Centro de Produção Audiovisual, Rui Mário

LUMINOTECNIA: Centro de Produção Audiovisual, Rui Mário

SONOPLASTIA: Centro de Produção Audiovisual, Rui Mário

PRODUÇÃO EXECUTIVA: Inês Pereira, Fátima Monteiro, Lurdes Gonnçalves


**Ficha Artistica**

TEXTO: Teatro Reticências

ENCENAÇÃO: Rui Mário

DESENHO DE LUZ: Rui Mário

ACTORES: Ana Patricia Carvalho, Ana Rita Gonçalves, Ana Rita Neves, Carolina Sáles, Catarina Salgueiro, Catarina Trindade, Elisio Manuel, Fábio Ventura, Fátima Semedo, Helda Tavares, Inês Aguiar, Inês Amaro, Inês Pereira, João Vicente, Joana Viegas, Mizé, Nelson Correia, Nuno Pinheiro, Olavo Silva, Pedro Manaças, Renata Marques, Soraia Teixeira, Zé Pedro

 

AGRADECIMENTOS: Teatro Tapafuros, João Vicente Centro Paroquial de Rio de Mouro, Conselho Executivo Escola Secundária de Leal da Câmara

 

PROFESSORAS RESPONSÁVEIS: Lurdes Gonçalves, Fátima Monteiro

 

 

 


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Quinta-feira, 27 de Julho de 2006

Suburbia Play Time

Viver num Subúrbio é como viver em caixas. Aqueles que se lançam na diáspora diária, numa autêntica peregrinação de sobrevivência em direcção ao centro (porque há sempre um centro) não lhe podem chamar outra coisa que não prisão. Mas para aqueles que nasceram nos subúrbios a visão é outra. Há hoje toda uma geração de filhos do subúrbio, a adaptados e inadaptados a ele, com toda a sua experiência completamente moldada pela particularidade de aqui viver. Os primeiros amigos, o primeiro beijo, o primeiro assalto. E as expectativas, proferidas em voz alta por entre o fumo adocicado, buscam inspiração nas luzes da noite, no rugir dos pesos em asfalto e metal. A verdadeira corrente sanguínea de tudo isto. À noite o tungsténio e o néon brilham mais que as estrelas e a lua continua a oferecer-se de vez em quando laranja, como em qualquer outro lugar.

Há algum tempo que vejo esta paisagem com olhos de quem apenas volta e não permanece. E talvez porque estou distante, aos meus olhos surge-me o único de tudo isto. O subúrbio não e o medo, não é o desprezo, e não pode ser o nojo. O subúrbio não é um, são vários.
Se calhar viver num Subúrbio é como viver numa caixinha. Uma caixinha de espelhos como aquelas que se fazem rodar na mão, e que por cada vez que por ela se espreita uma nova paisagem se deixa surgir.
 
GII Costa
 
Pérolas
 
A loucura da normalidade. No tempo de uma viagem a viagem do tempo. E passaram cinco, dez, vinte, trinta... minutos? Anos. Onde descerei? As portas não se abrem? Conchas gigantes amontoam-se no areal de sapatos cheio de gente-grão-de-arela (também). Dir-se-iam: ostras.
Walkman no ouvido ouço a cantiga "podes encontrar as ostras mas nunca terás as pérolas". Canto canto... Mas sei: olhando o brilho de olhos concretos, janelas secretas, sei de uma pérola. Como menino que diz sei de um ninho. Pérolas escondidas, já não ouço a cantiga, muitas pérolas que brilham multo e escrevem e tocam pianos e violinos e olham estrelas e lêem palmas das mãos e riem até fazem multo amor até filhos lindos! Pérolas na concha fechada. Concha que se descobre de repente, fragmento de vida imensa, particular do cosmos... Comboio puxado pelo cordel, chuchuchu, nas mãos-criança de todos nos. Suburbia Playtime...
 
Rui Mário
Rio de Mouro, 13 de Maio de 2005
 
 
 
 
São flores suburbanas que nascem por entre as pedras das calçadas. Sob o betão cinzento há sementes esquecidas que esperam para germinar. Deixa o sol entrar e bebamos juntos o seu amor, canto à paz. Se ao menos voássemos… Só um puff e saímos daqui… bem, as asas temos. Neste nosso subúrbio onde nascemos, crescemos e vivemos, espreita-nos a Lua por entre dois blocos de betão armado. E a nossa única janela e o seu sorriso ainda nos diz que o amor pode vir a ser, novamente, a palavra de ordem. Em cada esquina um encanto, um aceno e, felizmente, ainda há flores coloridas nos canteiros. São tristes aqueles que não reparam nelas. Loucos os que falam delas ao jantar. Uma página negra… um espaço negro… uma negritude intensa em todos os cantos, sítios, habitações… um vazio constante… Suburbia. Por acaso não tem este modelo 38? Ou 37, 39, também serve… desde que seja confortável. Se ao menos existisse o meu próprio número. Tantas marionetes em tantas caixinhas de fósforos… Tão coradas, tão felizes, tão sorriso de pau. É preciso sonhar debaixo do cimento sufocante. Aspirar e ascender às mais altas nuvens do céu, e aí encontraremos a luz que nos guia. Oh bailarina de dedos de betão… Tonturas de mel dourado… tanta sofreguidão nesse teu olhar. Qual é a música que o cimento nos dá? Pequenas cerejas com um delicioso brilho vermelho, envolvem as tépidas manhãs suburbanas. Caminhamos alucinados em ondas de desgraças e solidão num mundo que, obstinadamente, recusa a alegria da vida e a verdade do Amor. O reino da Alma é o Amor, o reino da terra é vida de subúrbio, o reino dos Céus é transcendência. E quando caminharmos pelo passeio, cinzento só, será para fabricar uma pérola na ponta dos dedos. Segredos cinzentos e brilho. Playtime!
 
Reticências
 
 
Ficha técnica
 
Montagem:
* Fátima Monteiro
* Lurdes Gonçalves
* Manuel Alves
* Rafael Figueiredo
* Rui Mário
 
Montagem de luz:
* Luís Dias
* Fábio Casquinha
* Rui Mário
 
Luminotecnia:
* Daniel Figueiredo
* Sonoplastia: Rui Mário
 
Gravação de sonoplastia:
* Rui Benfeitas
 
Produção executiva:
* Marion Carreira
* Fátima Monteiro
* Lurdes Gonçalves
 
 
Ficha Artística
 
Actores:
* Ana Patrícia
* Ana Penitencia
* Carolina Brelhal
* Inês Pereira
* Joana Borges
* Joana Paulo
* Joao Vicente
* Nuno Pinheiro
* Pedro Manaças
* Rita Saraiva
* Rui Índio
* Sara Costa
* Zé Pedro Santos
 
Encenação:
* Rui Mário
 
Texto:
* Gil Costa
 
Imagem:
* João Vicente
 
Vídeo:
* Adriadne Freitas
* Luís Dias
 
Actores vídeo:
* Inês Pereira
* Daniel Figueiredo
 
Voz Divina:
* Mizé
 
Gravação de voz:
* Nuno Bento
 
Desenho de luz:
* Rui Mário
Agradecimentos:
* Teatro Tapafuros
* Centro Paroquial de Rio de Mouro
* Conselho executivo da Escola Secundaria de Leal da Câmara
 
Professores responsáveis:
* Lurdes Gonçalves
* Fátima Monteiro

 

 

 

Maio de 2005


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Sexta-feira, 30 de Junho de 2006

O Segredo de Chantel

São livros fechados. Palavras gota a gota, silenciosamente caindo. Na penumbra que ainda pode ser... porque ainda pode ser, a escuridão. O livro velado, o mistério por desvendar... Neste jogo claro-escuro se tecem respirações, sentimentos, até o medo - e a isso chamamos vida.
Uma fantasia futurista, O Segredo de Chantel. Num futuro não muito distante (a que velocidade circulamos!) encontramos as novas famílias: pai e mãe, quem são? És pai? És madrasta? Pouco interessa... é outra a estrutura, o medo de pensar...
A sociedade, como a conhecemos, ruiu, fruto das fracturas que, mais cedo ou mais tarde, todos temos que pagar... O Ocidente teve de se remodelar, ou então... limitar-se a findar. Todos vivem num gigante "Big Brother" que, prosaicamente, é apelidado de condomínio. As regras são estritas: muita luz e nenhuma possibilidade de sombra, todas as crianças com localizador prático e eficiente, câmaras que tudo inspeccionam - o condomínio é super vigiado... Nada é deixado ao acaso neste afil de "segurança"... O segredo é proibido. O sonho é proibido.
Mas para Chantel não: ela tem um segredo... Ela diz "tanta luz que há no quarto e eu sonho, mesmo assim...". Qual é o segredo de Chantel?
Fantasia futurista é o género, se assim podemos referir, a que pertence este texto de Hélia Correia. Visão delicada e estranha de um futuro próximo onde o cidadão é altamente controlado, sem livre arbítrio, com vista a garantir a sua segurança.
"Smile! You're on candid camera!"... Cândidas e sorridentes câmaras devassam a intimidade até a possibilidade de imaginar, de sonhar! O que resta? A luz, sempre a luz, o dia eterno monotonamente luminoso. Visão, também, de um Ocidente ensimesmado, alheio ao que o rodeia, ao resto do mundo e sua marcha. Visão de uma solidão a que nos condenam (condenamos?)... Porque "o mundo não é só o condomínio...", como diz algures uma das personagens. E há segredos, muitos, por desvendar...
Este trabalho surge inserido no projecto Panos, iniciativa da Culturgest, que pretende, a exemplo do que se passa na Inglaterra há alguns anos, trazer textos inéditos à luz de novos palcos, novas visões, com jovens actores - é disto que o teatro precisa!

Rui Mário
Maio de 2006

 

O Segredo de Chantel, pelo Teatro Reticências.

 

Ficha Técnica
Montagem: Fátima Monteiro | Lurdes Gonçalves | Manuel Alves | Rafael Figueiredo | Rui Mário; Montagem de Luz e de Som: C. Produção Audiovisual | Rui Mário; Luminotecnia: Luís Dias; Sonoplastia: Rui Mário  Produção Executiva: Fátima Monteiro | Lurdes Gonçalves
 
Ficha Artística
Texto: Hélia Correia; Encenação: Rui Mário; Música Original: Pedro Hilário; Cenografia: Eduardo Guerra | Luísa Seixas; Desenho de Luz: Rui Mário; Desenho de Figurinos: João Vicente; Interpretação::Ana Patrícia Carvalho | Ana Rita Gonçalves | Ana Rita Neves | Carolina Sáles | Catarina Salgueiro   | Catarina Trindade | Elísio Manuel | Fábio Ventura | Fátima Semedo | Helda Tavares | Inês Aguiar | Inês Amaro |Inês Pereira |Joana Viegas | Mizé | Nelson Correia | Nuno Pinheiro | Olavo Silva | Pedro Manaças | Renata Marques | Soraia Teixeira | Zé Pedro; Professores responsáveis: Fátima Monteiro | Lurdes Gonçalves; Agradecimentos: Teatro Tapafuros | João Vicente | Centro Paroquial de Rio de Mouro | Conselho Executivo Escola Secundária de Leal da Câmara

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