«... Que a Folia se prolongue nas nossas vidas (...) e recordemos, recordemos o melhor que nela fomos...»
Tenho a dizer que estou profundamente grata a tudo e a todos, a este verão e a estes artistas, por me terem dado os melhores momentos da minha vida.
Cada ínfima coisa, seja um objecto (uuhh, figurinos), uma musica, olhares, sorrisos, abraços, uns quantos infinitos “HAJA FOLIA”, um grito abafado e alto a ordenar “Coros!!”, um rufar de tambores, soar de gaitas, um aquecimento, um arrepio, uma dança, um apertar de mãos e por fim um agradecimento; teve, tem e sempre terá o seu encanto e valor dentro dos corações foliões.
Escrevo isto porque é a maneira mais explícita e que, mais correctamente, expressa aquilo que sinto, e o que sinto e escrevo é que vos adoro a todos, como se fossem partes de mim, pois com vocês brinquei, corri, ri (muito), dancei, cantei, fui assustada e de seguida gritei, aprendi (aprendi tanto, acho que me moldou ou renovou como pessoa), e como diz o Sr. João Rafael, fiz a minha profunda introspecção. E isto tudo na nossa verdadeira mansão filosófica, a Regaleira, onde o real e o imaginário se tornaram lindos, vastos e mágicos, tal qual como todas as emoções e interpretações dos actores foram permitidas a penetrar nos nossos olhos, ouvidos e mente.
Para além disto tudo, foi um verão cansativo e quantas vezes nos faltou ora disposição ora saúde... Vi muita gente preocupada, chateada, stressada e também triste! Mas o espectáculo continuou e nada nos deitou abaixo (só mesmo a chuva), nem mesmo quadros que vão abaixo, colunas roubadas ou leitores avariados ou quase avariados.
Continuamos e chegamos ao fim do Domingo de Pentecostes, não teria acabado tão bem sem o Sr. Paulo Borges, o autor destas palavras mágicas, o Rui Mário, nosso mentor e o grande visionário do espectáculo, a Produção, grande organizadora e possivelmente a mais responsável do bom decorrer do espectáculo, os actores, os nossos amados heróis desta noite de mistério, os músicos, que nos motivaram e nos deliciaram com os magníficos sons das gaitas e dos tambores, e aos voluntários, agora falo na 1º pessoa do plural, nós que limpamos tantas canecas, jarros, pratos de azeitonas, pusemos mesas, embrulhamos pão, acendemos velas, descemos línguas de fogo, enchemos coros; Nautas, Ninfas, que demos as boas vindas às restantes almas à Ilha dos Amores e ao Quinto Império, primeiro e ultimo, o eterno... Mostramos a “todo-mundo”, “ninguém” as divindades que éramos, perdão, as divindades que somos!!
A Ilha dos Amores... nela permanecerei no mais fundo suspiro, pensamento, e lá amarei, recordarei, brincarei e me encantarei com a lembrança dos vossos/nossos risos, sempre que precisar de um refúgio.